Ao descobrir um câncer de próstata, muitos homens buscam entender quais abordagens oferecem controle da doença com o menor impacto possível na rotina.
Enquanto a cirurgia radical e a radioterapia são abordagens tradicionais, existe uma alternativa menos invasiva que vem ganhando destaque: o tratamento focal para câncer de próstata.
Essa estratégia utiliza tecnologias como HIFU (ultrassom focalizado de alta intensidade) e crioterapia para destruir apenas a área tumoral, preservando ao máximo o tecido saudável.
Este artigo do Dr. Luiz Takano explica como essas técnicas funcionam, para quem são indicadas e quais benefícios e limitações você precisa conhecer antes de tomar uma decisão.
O que é tratamento focal para câncer de próstata
O tratamento focal do câncer de próstata é uma abordagem que atua especificamente na área onde o tumor está localizado, diferente dos tratamentos radicais que podem remover toda a glândula prostática.
A evolução dos exames de imagem, especialmente a ressonância magnética multiparamétrica e a biópsia de fusão, permitiu identificar com precisão a localização exata dos tumores.
Isso tornou possível destruir apenas o foco cancerígeno, preservando o restante da próstata e estruturas vizinhas responsáveis pela função urinária e sexual.
A ideia é equilibrar controle oncológico e preservação da qualidade de vida, reduzindo os efeitos colaterais.
HIFU e crioterapia: Como funcionam?
As duas técnicas mais consolidadas em terapia focal são o HIFU (ultrassom focalizado de alta intensidade) e a crioterapia (crioablação).
Ambas são realizadas com objetivos similares — destruir tecido tumoral com mínima invasão — mas atuam por mecanismos distintos e exigem planejamento por imagem e biópsia de fusão para mapear a lesão.
HIFU

O HIFU concentra ondas de ultrassom em um ponto da próstata, gerando aquecimento que destrói as células tumorais sem necessidade de incisões.
A energia é direcionada por imagem e monitorada em tempo real. Esse procedimento pode ser feito por via transretal e geralmente sob anestesia local ou geral.
Em um estudo apresentado na reunião anual da Associação Americana de Urologia, foi observado que cerca de 9 em cada 10 pacientes mantiveram o controle da doença após 5 anos, com baixa probabilidade de incontinência urinária ou disfunção erétil.
Crioterapia

Na crioterapia, sondas introduzidas na próstata criam zonas de congelamento que levam à lise celular e dano vascular. O processo é controlado por imagem e termometria para proteger estruturas próximas.
A crioterapia tem histórico de uso tanto como terapia primária quanto como tratamento de resgate após falha de radioterapia.
Os resultados variam conforme seleção de pacientes e técnicas, mas é uma opção válida em centros com experiência.
Para quem o tratamento focal é indicado
A indicação requer avaliação detalhada:
- Câncer localizado, geralmente unilateral ou de volume limitado;
- Gleason/ISUP baixo a moderado;
- Sem sinais de invasão além da próstata, ou seja, o tumor não ultrapassa a cápsula prostática nem apresenta metástase;
- RM multiparamétrica e biópsia de fusão para confirmar localização e extensão.
Pacientes com doença extensa ou suspeita de metástase não são bons candidatos.
Recomenda-se que a oferta do tratamento focal seja feita em centros experientes, com registro de resultados e protocolo de seguimento.
Vantagens em relação a tratamentos tradicionais
As vantagens do tratamento focal para câncer de próstata incluem:
- Menor impacto na função sexual e urinária.
- Menor invasividade.
- Recuperação mais rápida e menor tempo de internação.
Além disso, o tratamento focal pode ser repetido ou complementado por terapias convencionais caso haja recidiva.
Estudos e revisões sistemáticas mostram taxas razoáveis de controle local a médio prazo, com melhores índices de preservação funcional comparado ao tratamento de toda a glândula.
No entanto, a escolha visa equilibrar risco oncológico e qualidade de vida — e não substitui a necessidade de vigilância rigorosa.
Riscos e desvantagens
Riscos incluem recidiva intraprostática, necessidade de um novo tratamento e efeitos locais temporários, como ardor ao urinar ou presença de sangue na urina.
Os dados de longo prazo são ainda limitados. Por isso, muitas diretrizes recomendam que os pacientes sejam informados sobre incertezas e que sejam incluídos em registros ou estudos prospectivos.
A vigilância pós-tratamento exige PSA periódico, RM multiparamétrica e biópsias direcionadas conforme protocolo.
Como decidir o melhor tratamento
Procure um urologista especializado em urologia minimamente invasiva e cirurgia robótica quando houver diagnóstico de câncer localizado. Assim, será possível avaliar as alternativas ao tratamento radical.
Leve exames de PSA, RM multiparamétrica e laudos de biópsia. O médico vai avaliar os riscos, localização tumoral, expectativa de vida e preferências pessoais para indicar se a terapia focal é adequada.
A decisão deve ser compartilhada, baseada em evidências e centrada na preservação da qualidade de vida.
Receba orientação personalizada
O tratamento focal para câncer de próstata com HIFU ou crioterapia é uma alternativa válida para alguns homens com essa condição e que priorizam controle do tumor com menor impacto funcional.
Porém, esse tratamento exige seleção criteriosa, acompanhamento rigoroso e transparência quanto às limitações dos dados de longo prazo.
Para saber se a terapia focal é adequada para o seu caso, busque uma avaliação especializada.
O Dr. Luiz Takano, urologista com ampla experiência em cirurgia robótica e técnicas minimamente invasivas, vai orientá-lo sobre as melhores alternativas para sua situação específica.


